O QUE SÃO PINTAS SUSPEITAS NA PELE? ENTENDA POR QUE ELAS PRECISAM SER REMOVIDAS
- Gisele Barros
- há 5 dias
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Pintas ou lesões suspeitas na pele podem coçar, doer e sangrar; além disso, elas podem aumentar de tamanho com rapidez ou apresentar sensibilidade. Nesses casos, um dermatologista avaliará a necessidade da retirada cirúrgica.

Com que frequência você observa as pintas na sua pele? Ficar de olho nelas, por meio do o autoexame da pele, pode até salvar vidas. “Embora o diagnóstico de câncer possa trazer medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura do câncer de pele de pior prognóstico, o melanoma, são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença. Por isso, a realização do autoexame dermatológico é necessária. Se o paciente identificar qualquer pinta ou lesão na pele que coce, doa ou sangre; que aumente de tamanho com rapidez; ou ainda que apresente sensibilidade, esse paciente deve procurar um dermatologista que avaliará a necessidade de retirada cirúrgica após fazer uma dermatoscopia", explica a Dra. Claudia Marçal, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “A remoção cirúrgica é a principal forma de diagnóstico e tratamento do câncer de pele, assim como de lesões cutâneas consideradas suspeitas ou pré-cancerosas. Hoje, há várias técnicas altamente eficazes para remover tumores de pele e reconstruir a área afetada. A escolha do melhor método depende do tamanho e das características específicas da lesão”, acrescenta a Dra. Beatriz Lassance, cirurgiã plástica membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
De acordo com a cirurgiã plástica, a cirurgia permite que a lesão seja enviada para análise anatomopatológica para certificar que todo o tumor foi ressecado. “Os tumores de pele podem ser classificados em melanoma ou não melanoma. Tumores tipo melanoma não são relacionados à exposição solar, são bem agressivos, podem produzir metástases. Caracterizam-se por coloração escura, irregulares e de crescimento progressivo. Felizmente, correspondem a apenas 5% dos tumores cutâneos. Já o carcinoma espinocelular corresponde por 20% do total de casos de tumores cutâneos. Geralmente aparece no rosto, orelha, lábios, pescoço e no dorso da mão. Pode também surgir em cicatrizes antigas ou feridas crônicas da pele em qualquer parte do corpo e até nos órgãos genitais. Carcinomas espinocelulares têm risco maior que o basocelular de invadir o tecido gorduroso, atingir os linfonodos (gânglios linfáticos) e outros órgãos. Aparecem como feridas que não cicatrizam e são de crescimento progressivo, muitas vezes rápido”, explica a Dra. Beatriz. “Os carcinomas, tanto provenientes da camada basal, como da camada espinhosa da epiderme, quando diagnosticados também com rapidez trazem 100% de cura ao paciente", informa a dermatologista Dra. Claudia Marçal.
Ficar atento à própria pele é muito importante, segundo as médicas. O dermatologista Dr. Renato Soriani, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que o autoexame deve ser realizado principalmente nas pessoas de pele clara, aquelas que possuem antecedentes familiares de câncer de pele, têm mais de 50 pintas, tomaram muito sol antes dos trinta anos e sofreram queimaduras. A indicação também vale para as pessoas que já retiraram pintas com diagnóstico de atípicas. "O ideal é realizar o autoexame com certa regularidade, uma vez por mês, na frente do espelho e de preferência com luz natural, para verificar o surgimento de alguma mancha, relevo ou ferida que não cicatriza", indica o médico. Mas, para realizar o autoexame, primeiro é necessário entender a que tipo de lesão deve-se estar atento. Normalmente é usada a regra do ABCDE (área, borda, cor, diâmetro e evolução) sobre pintas com pigmentação. "Avaliamos área em que está localizada, as bordas identificando irregularidade, observamos a presença ou não de várias cores compondo esta lesão e observamos se apresenta diâmetro acima de 6 mm e se está em evolução (crescimento) em comparação ao último exame. Quanto aos sinais clínicos, a lesão é perigosa quando aumenta de tamanho ou muda de forma com rapidez, apresenta coceira, dor, sensibilidade ou sangramento. É a hora de ir ao dermatologista”, argumenta o Dr. Renato.
Segundo a Dra. Claudia Marçal, as dicas para o autoexame são:
Examinar o rosto, principalmente o nariz, lábios, boca e orelhas.
Para facilitar o exame do couro cabeludo, separar os fios com um pente ou usar o secador para melhor visibilidade. Se houver necessidade, pedir ajuda a alguém.
Prestar atenção nas mãos, também entre os dedos.
Levantar os braços, para olhar as axilas, antebraços, cotovelos, virando dos dois lados, com a ajuda de um espelho de alta qualidade.
Focar no pescoço, peito e tórax. As mulheres também devem levantar os seios para prestar atenção aos sinais onde fica o soutien. Olhar também a nuca e por trás das orelhas.
De costas para um espelho de corpo inteiro, usar outro para olhar com atenção os ombros, as costas, nádegas e pernas.
Sentada (o), olhar a parte interna das coxas, bem como a área genital.
Na mesma posição, olhar os tornozelos, o espaço entre os dedos, bem como a sola dos pés.
Este tipo de cuidado de rotina, principalmente para quem tem a pele muito clara e com muitas pintas, promove consciência e aguça o olhar sobre as lesões, aumentando a percepção de mudança ou seu crescimento. “Além disso, é fundamental todo ano não esquecer de procurar o médico dermatologista para fazer um check-up da pele toda. Sempre observar a própria pele e das pessoas próximas como familiares e se notar algo suspeito, procurar antes o dermatologista”, alerta a dermatologista Dra. Jade Cury, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP) e Doutora pela UNIFESP.
Por fim, embora a principal causa do melanoma seja genética, a exposição solar também influencia no aparecimento da doença — principalmente com os elevados índices de radiação que atingem níveis considerados potencialmente cancerígenos. “A radiação ultravioleta do sol causa danos diretos ao DNA, resultando em inflamação e morte de células da pele. Assim, além de ser um fator de risco importante para o câncer de pele, a exposição crônica ao sol ainda acelera o envelhecimento cutâneo, com perda de viço da pele e surgimento de flacidez e manchas brancas e marrons nas áreas expostas”, diz o dermatologista Dr. Daniel Cassiano, diretor de Comunicação da SBD-RESP. “A principal dica para evitar esses danos é aplicar, meia hora antes da exposição solar, um fotoprotetor com FPS de, no mínimo, 30 e reaplicar a cada duas horas. Além disso, recomenda-se evitar exposição solar entre 10h e 16h e utilizar chapéus, bonés e roupas com FPS em combinação ao filtro solar”, finaliza o médico.
FONTES:
*DRA. CLAUDIA MARÇAL: Médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy Of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Possui especialização pela AMB e Continuing Medical Education na Harvard Medical School. É proprietária do Espaço Cariz, em Campinas - SP, speaker de laboratórios globais de dermocosméticos e de fabricantes de equipamentos. CRM: 78980 / RQE: 31829. Instagram: @draclaudiamarcal
*DR. RENATO SORIANI: Dermatologista membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Mestre em Dermatologia pela USP e ex-coordenador do Departamento de Laser e Tecnologias da Sociedade Brasileira de Dermatologia (2017-2021), o médico é CEO da Renascence Dermatologia (Ribeirão Preto/SP) e Key Opinion Leader nacional e mundial de marcas como INMODE, Entera, DEKA e LMG, além de atuar como coordenador e palestrante em congressos nacionais e internacionais. CRM 121106 | Instagram @renatosoriani.dermato
*DRA. BEATRIZ LASSANCE: Cirurgiã plástica formada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e residência em cirurgia plástica na Faculdade de Medicina do ABC. Trabalhou no Onze Lieve Vrouwe Gusthuis – Amsterdam -NL e é Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e da American Society of Plastic Surgery. Além disso, é membro do American College of LifeStyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida. Instagram: @drabeatrizlassance
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA – REGIONAL SÃO PAULO (SBD-RESP) - Fundada em 1970, a SBD-RESP é uma entidade médica criada para fomentar a pesquisa, o ensino e o aprimoramento científico da Dermatologia como especialidade médica. A SBD-RESP reúne todos os dermatologistas filiados e os serviços credenciados do Estado de São Paulo, que são constituídos por hospitais com cursos de especialização em Dermatologia (residência médica e/ou estágio) certificados pela SBD Nacional. Atualmente, a SBD-RESP reúne cerca de 4.000 associados e organiza uma série de eventos de ensino e de reciclagem. Entre eles: RESP em foco, Jornadas, COPID (Congresso Paulista de Interligas de Dermatologia), e a RADESP (Reunião Anual dos Dermatologistas do Estado de São Paulo). Instagram: @sbd_resp
Por,
Gisele Barros
Editora Chefe do Portal ALL SENSEZ
Especialista no Mercado de Fragrâncias
Consultora de Comunicação Especializada em Perfumaria

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